Brasil x Europa: Produtos mais importados e dicas culturais para negociar com o mercado europeu

A União Europeia (UE), formada por 27 países, é o maior exportador global de bens manufaturados e serviços, sendo responsável por 14% do comércio mundial de mercadorias.

Com 448 milhões de habitantes, além de ser um forte mercado consumidor, a UE também se destaca como referência em diversos segmentos devido à forte cultura voltada à pesquisa e desenvolvimento, possibilitando abastecer os mercados globais com produtos industrializados e de alta qualidade.

Neste artigo, você encontrará dados e fatos sobre a relação do Brasil com a UE com foco nas importações, além de dicas culturais para negociar com este mercado. Confira abaixo!

Balança comercial: Brasil x União Europeia

Em 2024, a União Europeia respondeu por 17,95% das importações brasileiras, totalizando US$48,2 bilhões, e foram o destino de 14,31% das exportações do Brasil, somando US$47,1 bilhões. Esses números resultam em um saldo comercial favorável ao Brasil de US$1,1 bilhão, ou seja, vendemos mais ao bloco do que compramos dele.

No período analisado, comparando com 2023, as exportações para a UE cresceram 4,2%, enquanto as importações aumentaram 3,7%.

Principais produtos comercializados

Nas exportações, os principais produtos vendidos ao mercado europeu incluem: óleo bruto de petróleo; minério de ferro; e produtos agrícolas, como café, soja e frutas.

Já nas importações, o Brasil compra produtos industrializados e de alto valor agregado. Confira os cinco principais produtos importados da UE em 2024:

Principais países fornecedores

Entre os 27 membros da UE, os principais fornecedores de produtos ao Brasil em 2024 foram:

Mercosul e União Europeia: acordo de livre comércio

Na perspectiva da UE, o percentual de participação do Brasil com o bloco é de apenas 1,7% das trocas comerciais.

Porém, um fator que pode incrementar as relações comerciais é o recente acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, cujas negociações foram concluídas em 6 de dezembro de 2024, após 25 anos de negociação.

Este acordo visa reduzir ou zerar as tarifas de importação e exportação entre os países do bloco.

No entanto, o acordo será somente oficializado após os textos passarem por uma revisão, tradução para o idioma dos países envolvidos e assinados.

Segundo uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil seria o país mais beneficiado pelo livre comércio entre os blocos, provocando um crescimento de 0,46% no PIB brasileiro entre 2024 e 2040, mais do que a União Europeia (0,06%) e os demais países do Mercosul (0,2%).

Dicas para negociar com o mercado europeu

Embora a UE seja um bloco integrado comercialmente, cada país possui particularidades culturais que afetam as negociações. Algumas dicas para negociar com este mercado são:

Além disso, o inglês é falado praticamente como uma segunda língua em muitos países do centro e no norte da Europa, porém em países mais ao leste e sul, como França e Espanha, é comum haver limitações no uso do inglês.

Uma negociação que considera os aspectos culturais pode impulsionar as oportunidades.

Conclusão

A relação comercial entre Brasil e UE permite que ambos mercados tenham acesso ao melhor do que cada um pode oferecer, desde commodities a produtos industrializados.

A UE já possui um sólido percentual de participação na pauta importadora brasileira, e o acordo de livre comércio com o Mercosul irá abrir novas oportunidades e estreitar ainda mais as parcerias.

Na hora de negociar com este ou qualquer outro mercado, é essencial pensar nos aspectos culturais para que o processo seja respeitoso e bem-sucedido.

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