Transporte Rodoviário no Comércio Exterior: qual a situação atual?

O transporte rodoviário no Comércio Exterior é aquele que movimenta cargas pelas rodovias nacionais e internacionais por meio da utilização de veículos automotores com tamanhos e capacidades variadas, conforme o tipo e a pesagem da mercadoria a ser transportada.  

Esse modal tem suas vantagens particulares perante os demais tipos de transporte, pois é muito recomendado para transportar mercadorias de alto valor agregado ou perecíveis. Além disso, pode ser fretado em sua totalidade (carga completa) ou em fração (carga fracionada). 

Conheça neste artigo as principais características do transporte rodoviário, bem como suas vantagens e desvantagens.  

O que é o Transporte Rodoviário?  

De todos os modais, é o que tem maior predominância nas movimentações (60%) em nosso país, isto é, o transporte rodoviário atua com muita frequência no Comércio Exterior, liderando boa parte das movimentações nos portos.  

 

Ainda que esforços logísticos sejam feitos para a motivação da multimodalidade, o modal rodoviário continuará prevalecendo em razão de suas características únicas e diferenciadas, como, por exemplo, a capacidade de movimentação por todas as vias.  

É o modal mais adequado a transitar por trajetos diversos e longínquos. Comprovando a sua flexibilidade frente aos percursos e de maneira muito prática para transporte de quaisquer tipos de cargas, tanto produtos a granel para o escoamento dos portos assim como até produtos perecíveis e de alto valor agregado com características específicas.  

Os veículos utilizados variam conforme o tipo de mercadoria a ser transportada e suas necessidades:  

• Caminhões (cargas diversas): veículos com capacidade até 23 toneladas;  

• Carretas (cargas secas e líquidas): veículos articulados até 30 toneladas;  
• Chassis (container): carretas de plataforma com guincho;  
• Bitrens: articulados especiais até 40 toneladas;  
• Treminhões: articulados semirreboque e reboque até 50 toneladas. 

Quais as vantagens e desvantagens do transporte rodoviário no Comércio Exterior?  

As principais vantagens do transporte rodoviário são:  

• Possibilidade de transporte de mercadorias porta a porta sem transbordo;  
• Agilidade na entrega de mercadorias em trechos curtos;  
• O veículo chega até a mercadoria;  
• Vendas que possibilitam a entrega na última milha;  

• Custos menores com embalagens;  
• Redução de avarias na movimentação da mercadoria.  

Apesar de representar maior constância nas operações de transporte, o modal rodoviário também tem suas desvantagens:  

• Valor do frete com maior custo operacional (2/3 da receita líquida);  
• Maior emissão de CO2 e poluição do ar pelos veículos com tração de carga;  

• Depreciação dos veículos por falta de manutenção nas malhas viárias;  
• Custos elevados com a frota (manutenções, impostos, pedágios).  

A importância do trânsito rodoviário dos produtos no Comércio Exterior  

Além do grande volume de logística interna, o Brasil é muito dependente do transporte rodoviário no Comércio Exterior uma vez que utiliza da malha rodoviária para escoar pelas estradas mais de 75% da sua produção.  

 

Sem contar que também faz fronteira com nove países da América do Sul, cabendo à Polícia Federal Brasileira a fiscalização, promovendo o controle e a tributação das operações, gerenciando riscos e fiscalizando a repressão aduaneira, com a ajuda do Acordo sobre Transporte Internacional Terrestre entre os Países do Cone Sul.  

O transporte rodoviário é um dos mais utilizados e relevantes para a economia brasileira. Pois vários tipos de cargas, inclusive do agronegócio, são movimentados pelas rodovias, escoando grande parte da produção que é distribuída e elevando o PIB (Produto Interno Bruto) nacional.  

Os seis tipos de cargas mais encontradas nas rodovias brasileiras  

O Brasil possui uma malha rodoviária com mais de 1.700.000km de trechos com ou sem pavimentação, possibilitando assim que as cargas sejam encaminhadas praticamente para todas as cidades brasileiras.  

Cargas frigoríficas  

Esse tipo de carregamento necessita de inúmeros cuidados especiais para o seu transporte, e a principal delas é avaliar se a transportadora cumpre as normas sanitárias. É subdividido em duas classes:  

• Perecíveis: frutas, legumes e verduras; e 
• Congeladas: carnes, aves, cortes e outros.  

Cargas a granel  

São produtos que ainda não foram ensacados ou encaixotados, dividindo-se em:  

• Granel líquido: sucos, leite e água potável; e 
• Granel sólido: arroz, soja, milho, feijão, matéria-prima.  

Cargas vivas  

Compostas principalmente por animais que precisam ser transportados com segurança e sob o menor estresse possível para chegar ao destino com baixo índice de perdas. Portanto se faz necessário um alto nível de especialização e treinamento, tanto dos motoristas quanto dos operadores logísticos.  

Cargas indivisíveis  

São cargas excepcionais e de grande porte que possuem pesos e dimensões que não podem ser divididos, por exemplo:  

• Vagões;  
• Guindastes; e 
• Máquinas agrícolas ou de uso industrial.  

Cargas secas  

Formadas por produtos industrializados e não perecíveis que podem ser transportadas em qualquer clima, em um veículo que possua um baú.  

Cargas perigosas  

Compreendem os materiais mais delicados para serem transportados e manuseados pois podem ocasionar risco à saúde, ao meio ambiente, à segurança e à integridade dos motoristas, tais como: 

• Explosivos;  
• Gases inflamáveis e tóxicos;  

• Produtos Radioativos; e 
• Líquidos Inflamáveis.  

É necessária a fiscalização dessas cargas pela Classificação elaborada pela ONU (Organização das Nações Unidas), que criou recomendações de acordo com as características, o nível de perigo e os cuidados que demandam. 

Quais os problemas enfrentados pelos caminhoneiros por causa da pandemia?  

Desde a chegada da pandemia de Covid-19 no Brasil o transporte rodoviário no Comércio Exterior vem sofrendo grandes impactos, sobretudo por causa dos lockdowns que ocorreram nos principais países fornecedores de insumos, além do fechamento dos estabelecimentos nas rodovias, considerados essenciais para facilitar a rotina do caminhoneiro.  

 

Apesar da abertura temporária dos serviços essenciais, os reflexos do caos gerado no início da pandemia continuam sendo sentidos, assim como as dificuldades existentes nas fronteiras brasileiras com os nove países vizinhos e as 31 aduanas no país.  

No entanto, mesmo com a pandemia ainda em alta, as necessidades de consumo dos clientes não param e as vendas do varejo no e-commerce aumentaram, sobrecarregando o setor de transporte.  

Com o aumento expressivo de casos da doença, os governos estabeleceram diversas medidas protetivas. Além disso, o Governo Federal emitiu uma portaria validando os serviços essenciais nas estradas e rodovias para ajudar os caminhoneiros na continuidade das movimentações e minimizar os transtornos.  

A burocracia exigida nas diferentes culturas e costumes de cada país dificultam as atividades dos caminhoneiros que enfrentam filas enormes, parados nas barreiras até que a fiscalização libere a carga.  

Além disso, sem contar a falta de metodologia dos países da América do Sul, que exigem testes válidos com poucos dias, fazendo com que os caminhoneiros percam tempo na espera pela nova testagem.  

Como fica o transporte rodoviário para os próximos tempos? 

Nos últimos tempos o transporte rodoviário vem sofrendo impactos consideráveis com relação ao aumento do volume das operações logísticas. 

O crescimento das vendas no varejo através do e-commerce demanda uma necessária reestruturação das estratégias para que não ocorram gargalos e nem a falta do produto ao cliente.  

Da mesma forma, as restrições que as transportadoras enfrentam pelas estradas e fronteiras precisam ser reanalisadas, como por exemplo o fechamento de estabelecimentos indispensáveis nos trechos percorridos e até as exigências sanitárias diferenciadas entre estados e países, que afetam o motorista diretamente.  

Conclusão  

A AGL tem experiência com transporte rodoviário no Comércio Exterior e presta diversos serviços logísticos, desenvolvendo assim soluções personalizadas para cada segmento e para os usuários do transporte de carga nos modais aéreo, marítimo e terrestre, tratando da parte documental e física do embarque internacional.  

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