Dólar sobe no país e impulsiona as commodities

O Brasil é um dos principais exportadores de commodities agrícolas, sendo líder global na exportação de sete alimentos.

As commodities, por sua vez, são compradas e vendidas em dólar, e enquanto há alta dessa moeda frente ao real, o cenário se apresenta de forma positiva ao produtor, porém o efeito é contrário quando o dólar está em baixa.

Neste artigo exploraremos como o dólar influencia nas commodities produzidas no país, contextualizando também a importância destes produtos para a economia, e trazendo um breve cenário sobre a produção dos principais produtos agrícolas. Acompanhe abaixo!

  1. A comercialização das commodities

As commodities são mercadorias em estado bruto e pouco industrializadas, que são utilizadas como insumos ou matéria-prima para produção de outros produtos. Exemplo de commodities mais comuns são o milho, trigo, minérios de ferro, petróleo, café, carnes e soja.

Sua comercialização acontece no mercado internacional, em dólar, e podem ser compradas nas Bolsas de Valores. Seu preço, como qualquer produto, é baseado na oferta e demanda.

Dessa forma, a variação cambial e o preço das commodities acabam impactando em todo uma cadeia produtiva na economia brasileira, já que são um importante componente da economia.

De toda soja produzida no mundo, cerca de 42% tem origem brasileira, além disso, o agronegócio representa quase 24% do PIB nacional. Em 2023, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 166,55 bilhões.

Na pauta exportadora brasileira, cerca de 65% é composto por commodities, e alterações de preços e no câmbio afetam diretamente os produtores, seja de forma positiva ou negativa.

  1. Como o dólar influencia as commodities?

Para o produtor que exporta, a oscilação do dólar impacta diretamente em suas atividades.

Uma queda no dólar pode representar perda de margem de lucro ou prejuízo, já que o produto pode ser comercializado por um valor que não cobre os gastos (como insumos agrícolas) que foram necessários para produzi-lo.

Caso ocorra o contrário, o aumento do dólar, o produtor poderá usufruir de um maior faturamento de suas vendas. Porém, é importante ressaltar que diversos insumos para agricultura, como fertilizantes, são importados, portanto uma alta do dólar também impacta diretamente na alta dos insumos agrícolas e acabam onerando a produção.

A variação cambial é um risco imprevisível nas operações de importação e importação, que afeta fortemente os preços de produtos, o faturamento das empresas e interfere no poder de compra dos consumidores.

2. Como está o cenário das commodities e o que esperar?

Atualmente o dólar está em alta perante o real, portanto, o produtor consegue receber mais.

No mês de abril as exportações de soja atingiram 14,7 milhões de toneladas, e o produtor espera que o preço do produto suba para efetuar novos negócios. Isso, porém, depende da bolsa de Chicago, já que o preço das commodities são negociados por lá.

A Bolsa de Chicago é referência na negociação de contratos futuros, e os preços que estabelecem para commodities servem como referência global.

Os preços das commodities também dependerão da safra dos Estados Unidos e Argentina, que são concorrentes do Brasil na soja e no milho.

Os americanos estão iniciando as plantações destas duas commodities, enquanto os argentinos estão no período de colheita de soja, que apesar de condições climáticas não muito positivas, possuem a perspectiva de safra em torno de 50 milhões de toneladas.

Já para o milho, há uma queda na produtividade em torno de 8 milhões de toneladas, e os contratos dessa commodity para vencimento até o fim de 2024 registraram queda de preços.

Conforme dados da ANEC (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais), o farelo de soja e trigo tem tido um desempenho superior nas exportações brasileiras quando comparado ao primeiro quadrimestre do ano passado, e espera-se um aumento de 20%.

Para as exportações de trigo e soja, também espera-se um desempenho maior comparado ao ano anterior, porém o complexo de soja que engloba o grão, farelo e óleo, deve recuar para US$ 59,7 bilhões neste ano, enquanto em 2023 atingiu US$ 67,3 bilhões.

Desta forma, concluímos o artigo com um olhar sobre os últimos dados das principais commodities.

Ao longo do texto, foi possível compreender o quanto os produtos agrícolas representam para a economia brasileira e como sua negociação no mercado internacional funciona.

Vimos também que um dólar mais alto beneficia empresas que exportam, principalmente se  mantêm seus custos em reais no mesmo nível.
Porém, é importante lembrar que commodities agrícolas dependem de fertilizantes que são importados do exterior em dólar, e ao aumentar a força da moeda, consequentemente acarreta o aumento dos custos desses insumos.

Estar atento às flutuações cambiais é importante não só para produtos como commodities, mas para qualquer outra operação de importação e exportação, já que isso pode impactar nos negócios, e muitas vezes ser o fator decisivo para a viabilizar oportunidades.

Se sua empresa já atua ou pretende iniciar operações de importação e exportação, além da questão cambial, é importante estar alinhada com prestadores de serviços logísticos que auxiliem para que seus embarques cheguem ao destino da melhor forma possível.

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