Entenda sobre a exportação de açúcar, um produto que faz parte da história do Brasil

O açúcar movimenta a balança comercial brasileira há 500 anos, e o setor de cana-de-açúcar é responsável por 2% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

Presente na história do Brasil desde a época colonial, o açúcar ganhou força no último século, com o país se consolidando como o maior exportador de açúcar do mundo, hoje responsável por 35% a 38% do comércio global dessa commodity.

Além de ser um produto comum nas cozinhas, o açúcar também é utilizado em diversos processos industriais, desde alimentos até produtos de higiene.

Quer entender mais sobre o contexto do açúcar no comércio exterior brasileiro? Continue a leitura abaixo.

O açúcar na história do Brasil

A importância do açúcar na economia do Brasil vem de longa data: entre os séculos XVI e XVIII, durante o período colonial, ocorreu o ciclo do açúcar, uma fase marcada pela produção em larga escala do produto, sendo a principal atividade econômica da época.

O Nordeste brasileiro – especialmente Pernambuco – era um dos maiores polos produtores, devido ao solo favorável e à proximidade com a Europa. Quase toda a produção tinha como destino o continente europeu.

Embora tenha sido uma das principais atividades econômicas durante o período colonial, o ciclo do açúcar entrou em declínio devido às invasões holandesas, a concorrência internacional e a queda nos preços.

O açúcar voltou a ganhar importância no século XX

O protagonismo do açúcar voltou aos poucos na economia brasileira no século XX. Na época, a região Nordeste seguia como a maior produtora do país, que abastecia o mercado interno e exportava.

Durante a Segunda Guerra Mundial, as usinas de São Paulo ampliaram seu potencial de produção como estratégia para evitar a falta de açúcar, já que o transporte da produção do Nordeste estava em risco. Isso porque a mercadoria era transportada pelo mar e os submarinos alemães rondavam a costa brasileira.

Nos dez anos seguintes, a produção de cana-de-açúcar em São Paulo aumentou quase seis vezes, tornando o estado o maior produtor do Brasil na década de 1950, ritmo que se mantém até hoje.

São Paulo lidera a produção de cana-de-açúcar no país. O estado é responsável por 61,8% da produção de açúcar, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e na última safra de 2023/2024 registraram-se 383,4 milhões de toneladas.

O Brasil é o maior produtor e exportador de açúcar

Com colheitas produtivas, o Brasil se tornou o maior produtor e exportador de açúcar no mundo nos últimos anos.

Na temporada de 2023/2024, conforme a Conab, a produção dessa commodity alcançou 45,7 milhões de toneladas, um aumento de 24% em comparação à anterior, representando uma safra histórica.

O cenário do aumento do preço da commodity tem beneficiado o setor, e a redução de importantes players como Índia e Paquistão, por conta de problemas climáticos, alavancaram as vendas do Brasil.

Para a temporada de 2024/2025, a produção de açúcar no Brasil está estimada em 46 milhões de toneladas. Caso esse número for confirmado, este pequeno aumento em comparação à safra anterior estabelecerá um novo recorde na série histórica.

A utilização do açúcar vai muito além da cozinha

O açúcar tem um papel importante na indústria de alimentos, sendo encontrado em cerca de 80% dos alimentos processados e em mais de 100 mil produtos diferentes, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura).

Além de alimentos, este produto também é usado em itens de higiene pessoal, remédios, produtos para animais de estimação, cosméticos, químicos e corantes industriais, mostrando sua versatilidade.

Além do açúcar, a cadeia produtiva da cana-de-açúcar também gera outros produtos, como o etanol, que é um relevante biocombustível.

Dados sobre a exportação de açúcar

Conforme dados do ComexStat/MDIC, entre janeiro e agosto deste ano o Brasil exportou US$121 bilhões, correspondendo a 24,5 milhões de toneladas de açúcar.

Em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 40,5% nos valores exportados e de 37,3% no volume embarcado.

O açúcar, portanto, representa mais de 5% de toda a pauta exportadora brasileira, ocupando o 4º lugar entre os principais produtos exportados.

O cenário internacional do açúcar está favorável em relação aos preços e a expectativa é que continue neste ritmo para os próximos meses, pois é esperado uma queda na produção na Ásia.

  1. Principais países compradores

Com base nos mesmos dados citados acima, os principais compradores do açúcar brasileiro foram:

  1. Indonésia: 8,7% (US$1,05 bilhão)

  2. Índia: 8,3% (US$1,00 bilhão)

  3. Emirados Árabes Unidos: 7,4% (US$902 milhões)

  4. China: 7,4% (US$896 milhões)

  5. Argélia: 5,5% (US$669 milhões)

A logística na exportação de açúcar

Praticamente todo o açúcar brasileiro exportado é transportado pela via marítima, apenas um pequeno percentual é via rodoviário.

Considerando os principais países compradores e as características do produto, o transporte marítimo oferece a melhor opção devido à sua grande capacidade de carga e seu custo-benefício.

Uma das principais formas de transportar o açúcar no modal marítimo consiste na utilização de sacas, seja em navios de carga geral ou em contêineres, ou ainda a granel em navios graneleiros.

O uso de contêineres é vantajoso para pedidos menores, ou para casos em que não haja estrutura para a operação de navio graneleiro no porto de destino.

A AGL Cargo é especialista no transporte internacional de commodities, com foco na otimização de prazos e rotas.

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