O comércio exterior da indústria têxtil brasileira
O Brasil possui uma cadeia têxtil completa, que vai desde o cultivo do algodão até o varejo. Embora essa cadeia seja sólida, as importações e exportações auxiliam na alavancagem do setor têxtil, promovendo a diversificação de mercados, redução de custos e mais competitividade para as empresas.
Neste artigo, abordaremos sobre a indústria têxtil nacional, o panorama de comércio exterior do setor e os principais modais de transporte utilizados na logística internacional.
Dados da indústria têxtil brasileira
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), o setor têxtil brasileiro apresenta os seguintes dados:
- O setor têxtil é responsável por gerar 1,33 milhão de empregos formais (IEMI 2023) e 8 milhões contando com os indiretos;
- Existem cerca de 24,3 mil unidades produtivas em todo o país (IEMI 2023);
- A indústria têxtil brasileira está entre os cinco maiores produtores e consumidores de denim do mundo, e entre os quatro maiores produtores de malhas;
- O Brasil possui a maior cadeia têxtil completa do Ocidente, sendo o único país que abrange todas as etapas do processo, desde o cultivo do algodão, a produção de fibras, fiações, tecelagens, beneficiadoras, até as confecções e o varejo;
- A indústria têxtil está presente no país há quase 200 anos, sendo referência em segmentos como moda praia, jeanswear e homewear.
Comércio exterior da indústria têxtil
Os dados a seguir foram obtidos a partir do portal ComexStat/MDIC, e são referentes a fios têxteis:
Importação (janeiro a julho de 2024)
O Brasil importou US$808,28 milhões em fios têxteis, que correspondem a 458,7 mil toneladas, resultando em um preço médio (FOB) de US$1,76 por quilo de produto.
Na comparação ano a ano, as importações em valores monetários subiram 7%, em volume 12,9%, e o preço médio por quilo caiu 5,4%.
Os principais países fornecedores de fios têxteis ao Brasil e suas respectivas participações são: China (59%), Índia (13%), Indonésia (4,4%), Estados Unidos (4,4%) e Israel (2,8%).
A China é o maior produtor e exportador mundial de produtos têxteis, respondendo por aproximadamente um terço das exportações globais desse segmento.
Os estados brasileiros que mais importam fios têxteis são liderados por Santa Catarina, que representa 57,6% das importações. Em seguida, estão São Paulo (15,8%), Minas Gerais (8,2%), Mato Grosso (4,53%) e Bahia (2,76%).
Santa Catarina possui um polo industrial têxtil na região do Vale do Itajaí, sendo a cidade de Brusque reconhecida como a capital brasileira da indústria têxtil.
Exportação (janeiro a julho de 2024)
Neste ano, o Brasil exportou US$77,9 milhões em fios têxteis, que correspondem a 21,5 mil toneladas, resultando em um preço médio (FOB) de US$3,62 por quilo.
Na comparação com o mesmo período de 2023, as exportações em valores monetários reduziram 36%, e em volume a redução foi de 34,4%.
Os principais países de destino das exportações brasileiras de fios têxteis são: Argentina (22%), Estados Unidos (17%), França (9,4%), Colômbia (7,5%) e Peru (6,7%).
A queda brusca nas exportações é explicada, em partes, pela crise enfrentada pela Argentina. No mesmo período, no ano passado, o país vizinho importou US$40,9 milhões deste produto, e neste ano foi apenas US$17,2 milhões – uma queda de 58%.
Entre os estados brasileiros que mais exportam fios estão São Paulo, liderando com 62,7%; Santa Catarina (13%); Paraná (11,3%); Bahia (5,47%); e Ceará (3,97%).
Os modais de transportes utilizados
Na importação referente ao período entre janeiro e julho, 97,1% dos fios têxteis foram transportados via modal marítimo, 1,7% via aéreo e 1,2% via rodoviário.
Já nas exportações de fios têxteis, o modal marítimo foi utilizado por 73,4% das vendas, seguido por 6,2% no aéreo e 20,4% no rodoviário.
A capacidade de carga do transporte marítimo, o preço dos fretes e a distância do país que mais exporta ao Brasil, a China, explicam a escolha por este modal nas importações.
Nas exportações, a participação do modal aéreo e rodoviário estão mais presentes, tendo em vista que a Argentina é o principal comprador e é acessível pelas estradas; os demais países, como Colômbia e Peru, estão a poucas horas de voo, com diversas opções de linhas aéreas dos aeroportos brasileiros.
Conclusão
Neste artigo, foi possível conhecer sobre a indústria têxtil brasileira, um setor que é um dos pilares da economia no país, gerador de milhões de empregos e no qual atuam milhares de empresas.
Este segmento ainda contribui para a corrente de comércio da balança comercial brasileira, principalmente em relação às importações da China, país de origem de quase 60% das compras de fios têxteis. O polo têxtil de Santa Catarina também se destaca, sendo o principal destino das importações deste produto.
Nas exportações, os números apresentam queda neste ano, porém esses resultados possuem relação com a situação econômica da Argentina, principal comprador de fios têxteis brasileiros.
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