Os fertilizantes ocupam o 2º lugar na lista de produtos mais importados no país, por conta da intensa atividade agrícola e pela produção nacional insuficiente.
Segundo um levantamento da CNN, de 1998 a 2021, a importação de fertilizantes cresceu 440%. Como a agricultura é um dos motores econômicos do Brasil, esses insumos são fundamentais para garantir a produtividade dos cultivos que abastecem o mercado interno e externo.
Neste artigo, você encontrará dados sobre a importação de fertilizantes, sua relevância para o agronegócio brasileiro, os principais países fornecedores e mais. Confira!
O agronegócio corresponde a cerca de 21,8% do PIB brasileiro. No mundo, o Brasil é o terceiro maior produtor de grãos, atrás apenas da China e Estados Unidos, e os fertilizantes são insumos fundamentais para que essa posição do Brasil na produção agrícola seja mantida.
A alta demanda por fertilizantes também está relacionada às características naturais do solo brasileiro. Muitos solos, especialmente no cerrado, possuem baixa fertilidade natural e alta acidez, o que aumenta a necessidade de nutrientes.
Em 2023, o Brasil produziu 6,8 milhões de toneladas de fertilizantes, porém, para abastecer as lavouras, precisou de 45,8 milhões de toneladas. Cerca de 85% dos fertilizantes consumidos são provenientes de importações.
Além disso, os fertilizantes são um dos insumos que mais pesam no custo de cultivo das lavouras, representando cerca de 30% dos gastos. A participação desse produto é ainda maior nos custos de produção da soja e do milho, os principais grãos cultivados no país. Dessa forma, alterações no cenário global, como problemas geopolíticos ou a alta do dólar, podem afetar a competitividade das produções brasileiras.
No consumo mundial de fertilizantes, o Brasil ocupa a quarta posição, atrás da China, Índia e Estados Unidos, mas é o maior importador, já que a indústria nacional não produz o suficiente para atender à demanda interna.
De janeiro a novembro de 2024, o Brasil importou cerca de US$12,6 bilhões em valores e 40,9 milhões de toneladas de adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos).
O valor total das importações reduziu 5,9% em comparação ao mesmo período de 2023, porém o volume das importações aumentou 10,5% na mesma comparação. Isso significa que o preço do produto caiu: o valor FOB atual é de US$0,30 por quilo, enquanto ano passado era cerca de 25% mais caro.
Os preços dos fertilizantes, que atingiram picos históricos em 2022 devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia, se estabilizaram entre 2023 e 2024, trazendo um cenário mais favorável para os produtores rurais brasileiros, que puderam investir em fertilizantes para aumentar a produtividade de suas safras.
Segundo o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de novembro de 2024, a redução no preço dos fertilizantes reflete o aumento da competitividade entre fornecedores internacionais, os ajustes nos estoques globais e as mudanças entre oferta e demanda mundial.
Os principais países exportadores de fertilizantes para o Brasil são:
Rússia: 27%
China: 14%
Canadá: 10%
Marrocos: 8,8%
Estados Unidos: 4,5%
Além dos documentos e procedimentos padrões de importação, os fertilizantes precisam de anuência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e também de registro do produto, do importador e certificado de análise.
Na logística, alguns tipos de fertilizantes se enquadram como cargas perigosas, demandando cuidados específicos com manuseio e documentação adequada, como MSDS (Material Safety Data Sheet), Anexo VII e Ficha de Emergência.
Grande parte dos fertilizantes que chega ao Brasil é via modal marítimo, sendo os portos de Paranaguá e Antonina os principais portos de entrada.
Outros portos por onde mais desembarcam fertilizantes são o de Santos, São Francisco do Sul e Rio Grande.
Neste artigo, trouxemos o cenário das importações de fertilizantes no Brasil, com dados como volume, valores e principais fornecedores, também relacionando a importação do produto com o agronegócio, segmento que representa um quinto do PIB nacional.
Apesar de ser o quarto maior consumidor mundial de fertilizantes, o Brasil é o maior importador devido à produção nacional insuficiente.
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