O mercado farmacêutico, mesmo em cenários de incertezas econômicas nos últimos anos, apresentou resiliência e crescimento. Essa tendência deve continuar nos próximos anos, impulsionada por fatores como inovações tecnológicas, maior investimento das pessoas em saúde e preocupação com a qualidade de vida.
Nesse cenário, a importação é uma atividade quase que essencial quando se trata do mercado farmacêutico brasileiro, uma vez que grande parte dos insumos e princípios ativos utilizados são produzidos no exterior. A importação permite acesso a produtos farmacêuticos (insumos, princípios ativos, medicamentos prontos, vacinas) de alta qualidade, fornecidos pelas principais indústrias e laboratórios globais.
Este conteúdo apresenta dados e fatos sobre a importação de produtos farmacêuticos, as tendências do setor e os principais desafios logísticos e regulatórios envolvidos no processo de importação.
Os produtos farmacêuticos ocupam a 5ª posição no ranking dos produtos mais importados pelo Brasil.
De acordo com dados do Comex Stat, entre janeiro e maio de 2025, foram importados US$3,62 bilhões em medicamentos e produtos farmacêuticos (exceto veterinários), representando um volume de mais de 34 mil toneladas.
Comparando com o mesmo período de 2024, o valor das importações cresceu 7,6%, enquanto o volume aumentou 18,5%, um avanço expressivo.
Os principais países fornecedores de medicamentos para o Brasil no período foram:
Alemanha: 15% das importações;
Estados Unidos: 14%;
Irlanda: 11%;
Suíça: 9,8%;
China: 8,2%.
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Entre os itens mais importados deste grupo, destacam-se:
Produtos imunológicos: principal item da pauta de importações farmacêuticas, representando US$1,55 bilhão;
Vacinas humanas em doses: US$291 milhões;
Reagentes para diagnóstico: US$233 milhões;
Imunoglobulina G: medicamento utilizado no tratamento de deficiências imunológicas e doenças autoimunes; somou mais de US$ 145 milhões importados;
Medicamentos biotecnológicos: usados em tratamentos de doenças graves e complexas, como câncer, doenças autoimunes e distúrbios do sistema imunológico. Essa categoria movimentou cerca de US$127 milhões.
O setor farmacêutico brasileiro tem apresentado crescimento, o que se reflete também nas importações: entre 2020 e 2024, o volume de produtos farmacêuticos importados aumentou em 58%.
Entre os fatores que explicam esse avanço, destacam-se:
Tendência de envelhecimento da população;
Maior preocupação da sociedade com a saúde;
Avanço das vendas online de medicamentos;
Aumento dos investimentos públicos no setor, como o Programa Farmácia Popular.
Segundo a Abafarma (Associação de Distribuidores Farmacêuticos do Brasil), em 2024 o varejo farmacêutico registrou crescimento de 11% em relação a 2023, com faturamento de R$158,4 bilhões.
O varejo farmacêutico é o principal canal de distribuição da indústria, com contato direto com o consumidor final. No entanto, a indústria farmacêutica também abastece importantes segmentos como hospitais públicos e privados, clínicas médicas e laboratórios de análises clínicas.
Uma tendência com potencial de alavancar as oportunidades da indústria farmacêutica é o uso de inteligência artificial (IA) no desenvolvimento de medicamentos.
Conforme abordado no portal Migalhas, por meio da análise de um conjunto de dados, sistemas de aprendizado de máquina podem ajudar a refinar a pesquisa e desenvolvimento de medicamentos, inclusive nos processos de testes clínicos, reduzindo prazos, custos e garantindo maior segurança.
Outra tendência com o uso de IA é no desenvolvimento de tratamentos personalizados. Com a ajuda de algoritmos, as empresas conseguem criar medicamentos feitos sob medida, de acordo com o perfil genético de cada paciente. Isso aumenta a chance de sucesso do tratamento e diminui os efeitos colaterais.
Também, empresas do segmento estão investindo em plataformas com IA para encontrar novas moléculas que possam auxiliar no desenvolvimento de fármacos.
Esse potencial uso da tecnologia é bastante animador para o setor, já que o processo de desenvolvimento de um novo medicamento pode levar até 12 anos, com investimentos que ultrapassam R$10 bilhões.
A importação de produtos farmacêuticos envolve desafios logísticos e regulatórios bastante críticos, que, se não forem seguidos corretamente, podem resultar em prejuízos e até mesmo na retenção do produto por parte das autoridades.
Cadeia fria eficiente: grande parte dos produtos farmacêuticos exige controle de temperatura. Itens como vacinas são extremamente sensíveis, e oscilações podem comprometer sua eficácia.
Dessa forma, a logística deve ser planejada e operacionalizada dentro dos melhores parâmetros possíveis, com controle de temperatura, cuidado no manuseio, evitando umidade e luz, desde a coleta, armazenagem no porto ou aeroporto de origem, até a chegada ao importador e sua posterior distribuição.
Atendimento às exigências Anvisa: produtos farmacêuticos necessitam de registro junto à Anvisa. Além disso, é necessária a emissão da licença de importação (LPCO) e o cumprimento de normas sanitárias e regulamentações que envolvem cada produto farmacêutico.
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Em um segmento com diversas peculiaridades no processo de importação, é essencial contar com operadores logísticos e despachantes aduaneiros que possuam estrutura, know-how e respaldo necessários para garantir uma operação bem sucedida.
A AGL Cargo é uma empresa referência no atendimento ao setor pharma, proporcionando:
Trâmites aduaneiros com total conformidade, conduzidos por uma equipe especializada;
Soluções para controle de temperatura, com sistemas ativos, passivos e embalagens apropriadas;
Logística internacional e nacional, com serviços de frete voltado para produtos que precisam de controle de temperatura;
Visibilidade total da operação, do embarque à entrega final.
A AGL Cargo possui o certificado GDP (Boas Práticas de Distribuição), que reforça o compromisso com a qualidade, segurança e conformidade em toda a cadeia logística.
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