Indústria automotiva e o comércio exterior

A indústria automotiva engloba o processo de fabricação, venda e manutenção de veículos automotivos e suas peças e acessórios. Embora o setor tenha uma sólida produção nacional, para a economia brasileira, em relação a exportações e importações, ele traz resultados relevantes em toda sua extensão.

Neste artigo vamos conhecer melhor sobre a indústria automotiva e seu panorama dentro do comércio exterior brasileiro.

 

 

A história da indústria automotiva no Brasil tem origem no estado de São Paulo, com a instalação da primeira fábrica da Volkswagen, em 1956. Ao longo das décadas, diversas outras montadoras foram sendo criadas, aproveitando a alta demanda do mercado consumidor.

À medida em que os automóveis ganhavam popularidade surgiu a necessidade de produzir peças e equipamentos e, com isso, o setor automotivo expandiu ainda mais, de tal forma que, após a abertura comercial nos anos 90, essa indústria começou a contribuir expressivamente na balança comercial brasileira, fazendo com que importações e exportações para o setor fossem ficando cada vez mais presentes e promovendo diversificação de preços, de bens e de novas tecnologias.

Hoje, o setor automotivo representa 23% do PIB industrial e emprega em torno de 120 mil pessoas de forma direta. Além disso, possui um forte impacto na indústria da transformação por conta da dependência dos insumos como aço e derivados, máquinas e equipamentos, eletrônicos, produtos de metal, borracha e plástico. 

A produção de veículos em 2023 chegou a 2,36 milhões de unidades, que foram destinadas tanto ao mercado interno como ao externo, auxiliada em sua impulsão pelas importações e exportações de partes e acessórios. A nível mundial, o Brasil é o sexto maior mercado para veículos, sendo este pódio liderado pela China, os Estados Unidos e a Índia.

 

 

A seguir, trazemos dados sobre as importações e exportações da indústria automotiva separados em dois segmentos, o segmento de veículos e o de partes e acessórios. Estes dados são disponibilizados pelo portal público Comexstat/MDIC.

 

 

O setor de veículos está em 14º no ranking dos produtos mais exportados no último ano, totalizando 367 mil unidades, equivalentes a US$ 4,2 bilhões. Embora tenha havido um recuo de 10% nas vendas quando comparado a 2022, o setor tem se mantido positivo ao longo dos anos.

Os principais compradores de veículos brasileiros são os países próximos: Argentina, com 34% de participação, México, com 26%, Colômbia, com 10% e Uruguai e Chile, ambos com 5,8%. 

A respeito das importações, foram totalizadas aproximadamente 352 mil unidades de veículos; isso significa uma alta de 29% com relação ao ano de 2022 e um volume de compras de US$ 5,7 bilhões. O segmento está em 9º no ranking dos produtos mais importados, e os principais fornecedores são a Argentina, com 39% de participação, a China, com 19%, o México, com 12%, e a Alemanha, com 8,7%.

 

 

Um fator interesse dentro da indústria automotiva é a de partes e acessórios. Em 2023 foram exportadas 473 mil toneladas de partes e acessórios, resultando em um montante de US$ 3,8 bilhões.  Esse setor está em 15º lugar no ranking dos produtos mais exportados, sendo que seus principais compradores são a Argentina, com participação de 46%, os Estados Unidos e o México, ambos com 10%, além do Chile, com 6,2%.

No que diz respeito a importações, foram registradas 795 mil toneladas e US$ 7,3 bilhões em movimentação, estando em 5º no ranking de produtos mais importados. Suas principais origens são a China, que conta com 14% de participação, o Japão, com 13%, o México, com 9,5%, a Alemanha, com 9,6%, e os Estados Unidos, com 7,8%.

 

 

Juntamente com o crescimento do comércio internacional no setor automotivo houve a demanda para o desenvolvimento de uma embarcação específica que facilitasse o transporte de veículos: os navios Ro-Ro.

Essas embarcações podem medir até 600 metros de comprimento e possuem capacidade para armazenar de 2 mil a 4 mil unidades e são a forma mais eficiente e segura de se transportar veículos através dos continentes.

Diferentemente de outras embarcações, os navios Ro-Ro funcionam como um grande estacionamento, e os veículos entram e saem do navio sob suas próprias rodas, acessando uma rampa na lateral. Essa inovação logística permitiu mais praticidade nas operações pois, antes de sua invenção, os veículos precisavam estar com seus tanques vazios e suas baterias desconectadas quando fossem içados para o navio.

O transporte de veículos também pode ocorrer dentro de contêineres e até dentro de aeronaves; contudo, os navios Ro-Ro se destacam pela sua agilidade no carregamento e descarregamento e pela segurança na operação.

Em relação ao transporte de acessórios automotivos, o modal de transporte a ser escolhido dependerá da urgência da carga. Para casos mais urgentes, o modal aéreo é indicado. Já para lotes volumosos, o ideal seria transportá-los pela via marítima, dentro de contêineres, pois normalmente trata-se de cargas de tamanho padrão.

Ao longo deste artigo exploramos dados relevantes da indústria automotiva brasileira, que é uma das maiores do mundo, visando a um melhor entendimento sobre sua participação no comércio exterior, já que torna essa indústria mais competitiva e alinhada com o mercado global.

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