A produção de qualquer medicamento envolve o uso de princípios ativos, que são as substâncias responsáveis por promover a ação do produto no organismo. No Brasil, uma grande parte destes fármacos são importados, fazendo com que a logística internacional seja um aspecto relevante para muitas empresas farmacêuticas que realizam importações.
Por conta da especialização dos modais de transporte e das soluções logísticas, é possível transportar internacionalmente até mesmo os produtos farmacêuticos mais sensíveis em segurança, graças à cadeia fria, que envolve todas as etapas logísticas com controle de temperatura.
Neste artigo, você irá conhecer como a logística internacional atende o segmento farmacêutico, como os principais modais e soluções utilizados no transporte e os cuidados relacionados a este tipo de operação.
Em 2024, o faturamento da indústria farmacêutica brasileira atingiu R$ 229 bilhões, considerando as vendas para o varejo. Esse montante representou um avanço de 11,61% em relação a 2023. Os dados são do Panorama Farmacêutico.
Este crescimento de dois dígitos é constante, sendo registrado anualmente nos últimos 5 anos.
Conforme matéria no portal R7, um estudo da consultoria Redirection International projeta que a indústria farmacêutica brasileira deve crescer 8% ao ano até 2027, podendo chegar a 10% ao ano, número este que é o dobro da média global.
Esse crescimento é impulsionado por fatores como:
Aumento das vendas online;
Crescimento dos gastos públicos com saúde;
Envelhecimento da população;
Internacionalização das empresas brasileiras do setor;
Aumento da renda e do acesso à saúde.
Hoje, cerca de 7% do consumo de bens das famílias brasileiras são destinados a produtos farmacêuticos.
Quando falamos em transporte internacional e produtos farmacêuticos, os modais utilizados são o marítimo, aéreo e rodoviário, com prevalência do transporte aéreo.
Cada modal apresenta características distintas, e que, com variáveis como o perfil da carga, urgência do processo e cuidados específicos, irão nortear a escolha do meio de transporte mais adequado para cada operação.
Um ponto central da logística são os cuidados com o controle de temperatura durante todo o trajeto, já que vacinas, princípios ativos e medicamentos prontos possuem propriedades que podem sofrer alteração caso não sejam mantidos na temperatura ideal.
Abaixo trazemos algumas características de cada um destes modais, e como eles asseguram uma logística adequada para produtos farmacêuticos.
Utilizado no transporte de grandes volumes em longas distâncias, é o modal que apresenta custos de frete mais competitivos. No entanto, seu tempo de trânsito é mais longo, o que pode limitar seu uso em produtos com prazos curtos de recebimento, como vacinas.
Produtos farmacêuticos são transportados neste modal através de containers refrigerados (reefers), que protegem os produtos contra luz, umidade e mantém a temperatura ideal conforme indicado pelo exportador/importador.
Extremamente seguro e ágil, utilizado majoritariamente para transportar produtos com prazos críticos de entrega, perecíveis e de alto valor.
A desvantagem deste modal é o alto custo do frete em comparação aos demais, porém é um dos mais adotados na logística farmacêutica por atender muito bem às necessidades deste setor.
Há serviços de frete voltados a atender o segmento pharma, com prioridade de embarque e desembarque e controle de temperatura no voo.
Entretanto, é recomendável que o produto esteja acondicionado em uma embalagem térmica, seja com controle ativo ou passivo de temperatura, já que há momentos em que a carga permanece na pista do aeroporto aguardando o embarque, onde está mais exposta a variações.
Este é o modal utilizado para a distribuição nacional, mas servindo também como meio de transporte para as operações internacionais em países próximos como Chile, Paraguai e Argentina.
Possibilita flexibilidade geográfica, já que pode facilmente chegar a diversas regiões remotas desde que conectada via rodovias.
Veículos com câmara fria garantem a proteção térmica da carga durante o trajeto.
Entenda mais sobre o papel da cadeia fria: Transporte de cargas refrigeradas: como funciona
O modal aéreo é o mais utilizado nas importações de medicamentos no Brasil. Segundo dados do Comex Stat, cerca de 76% das importações de produtos farmacêuticos em 2024 chegaram ao país por esta via.
Os principais aeroportos de desembarque foram:
Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos (GRU): 66,9% das importações (valores FOB)
Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (GIG): 16,70%
Aeroporto Internacional de Viracopos (VCP): 8,24%
Aeroporto Internacional de Brasília (BSB): 4,03%
Aeroporto Internacional de Belo Horizonte/Confins (CNF): 1,37%
Se você importa ou exporta produtos farmacêuticos, abaixo apresentamos alguns pontos de atenção para guiar sua logística internacional.
Atendimento às normas: documentações, registros e licenças devem estar em alinhamento com as regulamentações, evitando atraso e riscos que podem interromper a operação por falta de conformidade. No caso da importação, é necessário realizar o registro do produto junto à Anvisa e seguir o tratamento administrativo aplicável.
Nacionalmente, a logística de medicamentos deve seguir os requisitos da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 653/2022.
Manutenção contínua da cadeia fria: em todas as etapas, a carga farmacêutica que precisa de controle de temperatura deve ser mantida em ambiente controlado ou contar com o auxílio de soluções que forneçam essa proteção térmica (como embalagens).
Uso de embalagens adequadas: as embalagens devem proteger o produto contra impactos nas movimentações, umidade, luz e temperatura. Também deve conter uma etiqueta clara com informações sobre os cuidados nas movimentações, como, por exemplo, indicando se é um produto frágil.
Leia também: Pré-embarque no comércio exterior: pontos de atenção
O mercado farmacêutico brasileiro está em expansão, e a logística internacional tem um importante papel nessa cadeia, garantindo que os produtos cheguem ao país com segurança e atendendo os parâmetros de qualidade.
Essas operações exigem certo grau de especialização, com soluções específicas para controle de temperatura e o atendimento às exigências regulatórias.
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