Muito associada a aparelhos eletrônicos, como notebooks, celulares e câmeras, a indústria de baterias está em crescimento, motivada principalmente pelo uso de veículos elétricos.
Nos últimos anos, a demanda por baterias aumentou, enquanto o preço reduziu, tornando este um componente mais acessível, diversificando suas aplicações, como em sistemas de armazenamento de energia em residências.
A sua logística, porém, pode exigir cuidados especiais, já que baterias são consideradas cargas perigosas.
Ao longo deste artigo, será apresentado como as baterias auxiliam na transição energética, explorar o panorama global dessa indústria e entender os cuidados no âmbito logístico.
É de conhecimento geral que diversos setores produtivos e governos estão em rumo a uma transição energética, visando eliminar ou reduzir as emissões de gases nocivos à atmosfera.
Nesse contexto, as baterias possuem duas principais aplicações voltadas à sustentabilidade:
Veículos elétricos: a adoção de veículos mais sustentáveis é uma tendência crescente. Só no Brasil, a venda de carros elétricos registrou um aumento de 89% em 2024, e as baterias são essenciais para o funcionamento destes veículos.
Sistemas de armazenamento de energia: fontes renováveis como a solar e a eólica não produzem energia o tempo todo, e as baterias possibilitam o armazenamento do excesso de energia gerado em momentos de aproveitamento para posterior utilização. A estimativa é que o mercado de armazenamento com baterias movimente mais de R$ 22,5 bilhões em investimentos até 2030.
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Segundo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA sigla em inglês), a demanda global por baterias atingiu 1 TWh (terawatt-hora) em 2024, o que representa um marco para o setor. Já a capacidade de fabricação de baterias no mundo atingiu 3 TWh, e nos próximos cinco anos este número pode triplicar.
Ao mesmo tempo em que a demanda cresce, os preços das baterias têm registrado quedas. Conforme informação do Portal Solar, os preços das baterias tiveram a maior redução anual desde 2017. Em 2024, o preço médio do pack de bateria de íon-lítio caiu 20% em relação a 2023.
Alguns fatores que estão levando a preços mais baixos são os avanços tecnológicos dessa indústria, a produção em larga escala e os preços de minerais mais baratos.
Em relação aos principais países players do setor, a China domina, respondendo por cerca de 75% da fabricação mundial de baterias.
O Japão e a Coreia do Sul também são países que contam com empresas reconhecidas no setor.
Já nos Estados Unidos, essa indústria vem crescendo: o país duplicou sua capacidade de fabricar baterias desde 2022. Em 2024, o país superou 200 GWh (Gigawatt-hora) de capacidade instalada, com outros 700 GWh ainda em processo de desenvolvimento.
Paralelo a estes mercados já consolidados, o sudeste asiático e o Marrocos surgem como potenciais produtores de baterias e seus componentes.
A Indonésia possui metade do níquel extraído no mundo e começou a instalação das primeiras fabricantes de baterias no último ano. Já o Marrocos conta com grandes reservas de fosfato, um insumo essencial na fabricação de baterias.
Entre os diversos tipos de baterias, que atendem às necessidades energéticas de diferentes equipamentos, uma das mais conhecidas são as baterias de íons de lítio, que se destacam por possuírem uma gama de aplicações: utilizadas em notebooks, drones, câmeras fotográficas, dispositivos eletrônicos no geral, veículos elétricos, e até mesmo em sistemas de energia solar.
Estas baterias estão dominando o mercado por conta de sua alta eficiência energética.
Uma análise de 2022 da empresa de consultoria McKinsey, projetou que toda a cadeia de baterias de íon-lítio, da mineração à reciclagem, pode crescer mais de 30% ao ano até 2030, alcançando US$400 bilhões e uma capacidade de 4,7 TWh. Os veículos elétricos são os principais responsáveis por impulsionar essa expansão.
Muitas baterias são classificadas como cargas perigosas (dangerous goods – DG em inglês) devido à sua composição. Em determinadas condições, elas podem entrar em combustão ou até explodir, representando um risco de gerar acidentes em grande escala, especialmente quando transportadas em aeronaves.
Dessa forma, o transporte internacional de baterias conta com uma série de regramentos que variam conforme o tipo e as características da bateria. Essas regras estabelecem se o transporte é permitido em determinado modal, quais os limites de quantidade por embarque, a necessidade de embalagens homologadas, exigência de documentos específicos, sinalizações nas embalagens, entre outros requisitos para uma logística segura.
Por exemplo, baterias de lítio metálico embaladas individualmente (não estando juntas de equipamentos que fornecem energia) são proibidas no transporte como carga em aeronaves de passageiros.
No modal marítimo, as baterias devem seguir as orientações do International Maritime Dangerous Goods Code (IMDG Code). Já no transporte aéreo, devem ser seguidas as diretrizes do Dangerous Goods Regulations (DGR) da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
As baterias, além de serem um componente básico dos diversos equipamentos eletrônicos que utilizamos diariamente, também fazem parte da transformação sustentável que o mundo caminha. Essa indústria conta com boas projeções, preços em queda que tornam as baterias mais acessíveis e uma cadeia produtiva a caminho da diversificação.
No âmbito logístico, seu transporte exige cuidados e procedimentos especiais, já que são produtos classificados como perigosos.
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